Sancta Barbora no passado
Diz-me o meu amigo Joham, que este templo terá sido erigido na segunda metade do século XIV, altura em que muitas igrejas da região foram construídas, no mesmo local onde outrora terá existido uma antiga ermida em honra de "Santa Bárbara", cuja imagem terá sido encontrada por um pastor no Cerro de Nexe, segundo uma lenda. O seu promotor terá sido um tal senhor de nome Cabral, que para aqui veio cumprir sentença e onde arranjou meios de fortuna.
Continuando, outras três casas térreas se seguem e, já nas traseiras da igreja, um novo alpendre de alvenaria com seis arcos em tijoleira e cobertura de telha vã, que se estende ao longo de toda a sua largura, construído nos anos vinte e onde vive o ermitão Joham.
Na frente deste alpendre está a igreja, com a sua porta principal, ogival, e sobre ela uma janela envidraçada. Na empena lateral da fachada há um campanário.
Entro no templo e vejo um interior amplo com três naves divididas por colunas de capitéis octogonais em pedra trabalhada, bem lajeado e tetos forrados em madeira de castanho.
À minha direita vejo uma pia da água benta em pedra e um confessionário., e à esquerda a pia batismal assente numa coluna de pedra sobre um patamar. Não vejo coro nem púlpito.
Subo um degrau de pedra, passo por umas grades de ferro trabalhado e entro na Capela-mor, de chão também lajeado e de abóbada artesoada de cinco florões ligados entre si, em forma de cordas torcidas. Diz-me Joham que esta abóbada foi construída recentemente.
Em frente tenho um altar de alvenaria, sobre um patamar com seis degraus, onde está um retábulo de quatro painéis pintados e um nicho adornado ao centro, onde se encontra a padroeira "Santa Bárbara".
Desta sai uma porta para sul, que dá acesso à sacristia. Esta é forrada de canas, coberta de telha vã e tem uma pequena janela para o exterior sul. É aqui que se encontra o arquivo da paróquia com os registos de batismos, casamentos e óbitos.
Nesta paróquia de Santa Bárbara, dividida por dois termos, Faro e Loulé e que serve uma população de cerca de 450 habitantes dispersos pela mesma, encontrei como mordomos da fábrica, o Frei Lopo Rodrigues e Vicente Gonçalves.
Com a viagem terminada ao som das primeiras badaladas do sino da torre, acordo, e estou de volta à realidade 500 anos depois, encontrando uma pequena aldeia branca, rasgada por ruas pintadas de negro e mais gente, onde a sua antiga igreja com a sua alta torre, ainda continua a ser ex-líbris da mesma. (Fonte: Visitas da Ordem de Santiago)
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