terça-feira, 13 de março de 2012


NEXE através da poesia
                                        


   A 1 de Junho de 1971 nascia o jornal “O ENCONTRO”, com o desejo de unir e enaltecer a freguesia de Santa Bárbara de Nexe, tendo em conta tudo quanto pudesse contribuir para o bem estar de todos.
  Neste pensar foi criada a secção, “Lugar aos Poetas”, porque poeta é o povo e o “O ENCONTRO” é o jornal do nosso povo.
  Prova disso é a beleza da poesia aqui reunida por mim, de muitos poetas populares da terra e não só, que ao longo destes anos versaram sobre a nossa freguesia.
  Como dizia o seu diretor, Pe. Júlio: Esta coletânea mostra a raiz da poesia popular que corre nas veias da nossa gente. A poesia, agora, aqui apresentada pretende ser a homenagem a todos os nossos poetas, mortos e vivos que sabiamente a exprimiram nas páginas do nosso jornal, para deleito de todos os leitores.
    A ordem que se segue é cronológica e está relacionada com a data da publicação no jornal com início no nº 7 de Janeiro de 1972, a "Critica"  e o termino com o nº 342 de Fevereiro de 2011, "A minha aldeia". 
   Este trabalho encontra-se publicado em livro "Terra de Nexe" editado pelo Centro Paroquial de S.B.Nexe.


CRITICA
Isidro Rosa (Pinto) 

Encaro com grande mágoa
Os males da nossa freguesia
O pior é a falta de água
A electricidade é uma anomalia
II
Muito mal conservada
A estrada da Goldra p'ra Loulé
Que até parece uma picada
Cá das matas da Guiné
III
É pavimentada aos bocadinhos
A estrada de S. Brás
Os novos fazem-se velhinhos
E o resto não se faz
IV
A construção dos urinóis públicos
Há tanto prometida; ainda não se viu
Faz com que homens sem escrúpulos
Façam chi-chi no Rossio
V
Não falando das dificuldades
Dos pobres agricultores
Que dos caminhos p'rás propriedades
Têm de ser os conservadores
VI
Se os corpos administrativos
Da Junta de Freguesia
Fossem um pouco mais activos
Menos crítica eu fazia


A NOSSA SANTA BÁRBARA
Francisco S. Melgaz 

Santa Bárbara bendita
Padroeira dos trovões
A quem a gente aflita
Faz as suas orações
II
É uma aldeia abençoada
A nossa «Santa terrinha»
Aonde tenho guardada
A minha modesta casinha
III
Neste torrão que é
Decerto onde fui criado
Por isso tenho fé
Que seja por Deus guardado
IV
Nossa aldeia seja lembrada
Pela Virgem Nossa Senhora
Essa Santa Imaculada
Que é a nossa protectora


BORDEIRA
Arnaldo R. Ramos 

Adeus sítio de Bordeira
Tu vais ser dos ingleses
Metade da Raposeira
Já não é dos portugueses
I
Vão entrando em largos passos
Certa família estrangeira
Que te compram aos pedaços
Adeus sítio de Bordeira
II
Eu até não compreendo
E chego a pensar às vezes
Se te vão sempre vendendo
Tu vais ser dos ingleses
III
Dou mil voltas ao sentido
Para estudar a maneira
Como eles têm vendido
Metade da Raposeira
IV
Entrou tão forte a cegueira
De vender mato aos ingleses
Que até a própria pinheira
Já não é dos portugueses


SANTA BÁRBARA
A. J. R. Viegas 

Ó Santa Bárbara de Nexe
Que és a minha terra Natal
Esta saudade que nunca te esquece
Pelo «O Encontro» nosso jornal
II
Esta aldeia abençoada
Terra do meu ensino escolar
Por mim és sempre lembrada
A Padroeira no nosso lar
III
A nossa aldeia é bem lembrada
Aquela que nunca é esquecida
Por mim és sempre falada
Santa Bárbara mãe querida
IV
Amigos, isto é uma realidade
Andamos nesta infância de vida
Eu com dezassete anos de idade
Santa Bárbara mãe querida
V
Peço aos amigos do Rossio
Que o Agosto está a chegar
Façam a nossa festa com brio
Que eu os irei visitar


COMO EU VEJO A MINHA TERRA
António Pinto 

Santa Bárbara de Nexe
Possui agora um jornal
Que nos esclarece
Entre o bem e o mal
I
Como eu vejo a minha terra
Onde nasci e fui criado
Até fico admirado
Como já não é o que era
Até aqui nada fizera
De proveito ou interesse
Mas agora ao que parece
Já mudou de feitio
E já tem outro brio
Santa Bárbara de Nexe
II
Com força de vontade
Surgiu o fundador
Desta obra de valor
Entre a nossa sociedade
Em defesa da humanidade
A Igreja Paroquial
Diz-me agora afinal
Que me sinto mais contente
Porque a nossa gente
Possui agora um jornal
III
Com o ar da sua graça
Ilumina o pais inteiro
E até no estrangeiro
É louvado por onde passa
Muitas almas ele enlaça
E espíritos enriquece
Assim diz quem o conhece
E dele assim deduz
Porque nasceu uma nova luz
Que nos esclarece
IV
O seu nome portanto
Em muitos lares já existe
E jamais ele desiste
De se chamar “O Encontro”
É pequeno no entanto
Mas em breve afinal
Será um grande jornal
De prestígio e confiança
Distinguindo a diferença
Entre o bem e o mal.


DO ALTO DA MINHA ALDEIA
Cipriano J. Lozinho

Do alto da minha aldeia
Vê-se a terra, vê-se o mar
Vê a cidade e a serra
Vendo o céu a nos chamar
Esquecemos que há guerra
II
Do alto da minha aldeia
Em dias de sol brilhantes
Vê-se as gentes a trabalhar
Vêem-se os emigrantes
Com saudades de voltar
III
Do alto da minha aldeia
No meio de muita gente
Vêem-se os jovens de olhar seguro
Olhando sempre em frente
Para um melhor futuro
IV
Do alto da minha aldeia
Com mais fé e mais calor
Vê-se o vinho, vê-se o pão
E corre-se no amor
A caminho da salvação


ELOGIOS
M. Bartolomeu da Piedade 

Belos sítio dos Valados
O primeiro que conheci
Que por ele sinto saudades
Do lugar onde nasci
II
Pois tenho-lhe muito amor
E por ele vou versar
O meu sítio é um primor
É lá que tenho o meu lar
III
Tem gente de categoria
Que lhe dão muito muitos valores
É um sítio da freguesia
Que já tem três construtores
IV
Com a sua evolução
Ele quer ser o primeiro
Já lá tem um capitão
E também um engenheiro
V
Os Valados é importante
Pois digo do coração
Tem um grande comerciante
E um chefe de estação
VI
Mas que grande solução
Vai ter a electricidade
Acaba a escuridão
Que a ninguém deixa saudade


SAUDADES DA MINHA TERRA NATAL
Maria Palmeira 

Eu fui nascida em Loulé
Mas gosto mais de Santa Bárbara
Terra que tenho afeição
Foi ali a minha criação
II
Foi nela que me casei
E digo seja a quem for
Que pra mim tem mais valor
É aquela linda igreja
III
Não se passava um Domingo
Em que por gosto ou preguiça
O meu primeiro passeio
Era o Domingo de Missa
IV
Cantava ao Mês de Maria
Meu marido tocava os sinos
Toda a gente conhecia
Os seus repiques tão finos
V
Também o sacristão
Por toda a gente estimado
E para récitas então
Deixava tudo arrumado
VI
Antes de acabar meus versos
Feitos com tanto amor
Quero agradecer o “O Encontro”
Ao nosso Senhor Prior
VII
Ó linda terra sagrada
A quem eu estimo tanto
Não serás por mim esquecida
Para mim és um encanto


BORDEIRA
José M. Ramos 

Mas que linda é esta gente
Deste querido Portugal
Não sei se diga se não
Já não há nenhum igual
II
Ó minha querida Nação
Guarda sempre o meu lugar
Ainda que não sirva para mim
Serve para a minha geração
III
Ó Juventude União
Tu és daqui Bordeirense
Ainda que digam que não
A gente também te pertence
IV
Ó juventude tão querida
Que é esta a de Bordeira
Embora com as tuas asneiras
Por nós serás defendida
V
Ó futebol de Bordeira
E o canto da Raposeira
Estão ainda mais bonitos
Que um pássaro na ratoeira


SANTA BÁRBARA
Américo P. Ramos 

Santa Bárbara fica Santa
sejas Santa toda a vida
pra que a glória seja tanta
como uma serra florida...
um jardim; Uma paisagem,
uma alma; uma miragem
um exemplo no teu mundo.
Dotada dum amor profundo
és interna minha querida...
os teus sítios de beleza
são ricos de caridade.
Onde a hospitalidade
é reservada à pobreza...
e na mais modesta mesa
nosso pão é repartido
e quando há vinho é dividido
com respeito e dignidade
para nós é a mais bela
oferta da natureza;
e a nossa maior riqueza
é de sermos filhos dela...
teu terreno é cristalino
aquele que nos criou
e nos fez ver o dia
traçando o nosso destino
ela ao mundo nos enviou
a esta santa freguesia.


A MINHA FREGUESIA
J. S. Gil Viegas 

Desta província algarvia
É a minha terra natal
Santa Bárbara é freguesia
Deste cantinho de Portugal
I
Meu Algarve é um cantinho
É um jardim encantado
Com um cravo encarnado
Um fole e um ferrinho
P'ra dançar o corridinho
Há um Manel e uma Maria
Alvejando à luz do dia
Casas branquinhas caiadas
Chaminés rendilhadas
Desta província algarvia
II
Entre montes e amendoeiras
Há cento e meio de casinhas
Aonde as andorinhas
Fazem ninhos nos beirais
E as rosas nos roseirais
Deitam um perfume magistral
Esse belo cheiro é normal
Que o adoro com cegueira
É a minha querida Bordeira
É a minha terra natal.
III
Embora pequena seja
Mas é linda a minha terra
Junto à encosta da serra
Para quem de longe a veja
Brilha a torre da igreja
E lá longe com alegria
O mar a dár-lhe com ausia
Um encanto maior
De todo o seu arredor
Santa Bárbara é freguesia
IV
À tardinha o sol-poente
Dá-te mais graça e beleza
E sorri com a natureza
Ao ver-te assim atraente
O Rossio todo contente
Esse alegre postal
Com o jardim e o Canal
Em conjunto ao teu adro
Formam o mais belo quadro
Deste cantinho de Portugal


A BORDEIRA EM REGADIO
F. S. Melgaz 

Nessa Bordeira dalém
Onde há família de brio
Já se sentem muito bem
Com água para regadio
I
Era terra de secura
Aquela zona porém
Agora água com fartura
Nessa Bordeira dalém
II
Assim está tudo animado
Em especial no estio
Aí está o resultado
Onde há família de brio
III
Pomares de laranjeiras
Vêem-se aqui e além
E com boas sementeiras
Já se sentem muito bem
IV
É família de aventuras
Sem haver qualquer desvio
Furos em baixas e alturas
Com água para regadio


BORDEIRA
Nomeação de ruas e largo
J. S. Gil Viegas 

Dia de Reis foi sucesso
No arraial de Cocheira
Como estás em progresso
Belo sítio de Bordeira
I
Rua dos Olivicultores
Ao velho caminho da fonte
Embora isso não conte
Para os seus moradores
P'rós bordeirenses são valores
No mais sentido processo
Todo o povo deu acesso
À festa nesse lugar
Com charolas a cantar
Dia dos Reis foi sucesso
II
Nunca tinha visto igual
Ficará de recordação
O dia da inauguração
Das ruas e do arraial
O nome dado ao local
Em memória verdadeira
Dum povo à sua maneira
O qual à rima trago
É o largo Rafael Gago
No arraial da Cocheira
III
Industrias está bem dado
À estrada para os Funchais
Que passa p'los Olivais
À rua Humberto Delgado
Podia ter sido dedicado
Um outro nome confesso
Bordeira perdão te peço
Se falando errado estou
Uma vez mais se mostrou
Como estás em progresso
IV
Rua Mestre José Ferreiro
Nome nosso consagrado
Que foi homenageado
Com orgulho verdadeiro
Filho dum povo obreiro
Que te amou com cegueira
Deixou-te p'ra vida inteira
Na música o seu destino
A tua marcha e o hino
Belo sítio de Bordeira


SANTA BÁRBARA DE NEXE
Manuel C. Charneca 

Em Santa Bárbara de Nexe
Um cantinho de Portugal
Recordações que não deixo
Da minha terra natal
I
Terra de gente laboriosa
Tipicamente bem airosa
Num lugar que o sol alveja
No mundo há poucas destas
Onde realizam lindas festas
Aí no adro da Igreja
II
De religiosas tradições
De catequistas cristãs
Das paixões dos amores
Dos operários e obreiros
Dos ornatos dos canteiros
Na arte dos seus valores
III
Na Falfosa aí nasci
A primeira vez o sol vi
Aí passei a mocidade
De quando em quando aí venho
Amor por ela tenho
Com ela matar saudades
IV
Nas festas e bailaricos
Nos bazares e bailaricos
Na primeira emoção
Aonde aparece o amor
Arde a emoção de dor
Nascidas do coração


A NOSSA ALDEIA
Meralda 

Santa Bárbara é bem bonita
Como ela não há igual
É uma aldeia pequenita
Num cantinho de Portugal
II
É no dia de Ano Novo
Faz-se aí uma grande festa
Para alegria do povo
Mas a luz é que não presta
III
Têm lâmpadas de muitas cores
Mas é só para enfeitar
Não se pode dar valores
Não se vê quem vai cantar
IV
Temos cá na nossa aldeia
Habitantes muito francos
Que para a fazerem feia
Já lhes arrancaram os bancos
V
Quem não conta é que não erra
Cá na minha opinião
Só destrói a sua terra
Quem não é bom cidadão
VI
Santa Bárbara é muito bela
É por várias razões
Mas muitos só se lembram dela
Quando chove e faz trovões


DEDICAÇÃO À GOLDRA
Maria de Deus 

Ó minha Goldra adorada
Mesmo mal que digam de ti
Para mim ès sempre a mesma
É o sítio onde nasci
II
É o sítio onde nasci
Quem me dera lá morrer
Estou fazendo essas contas
Porque me viste nascer
III
Porque me viste nascer
Espero voltar depressa
Baptizada em Santa Bárbara
À minha terra adorada
IV
À minha terra adorada
Com esses montes tão medonhos
Para mim és sempre a Goldra
És a terra dos meus sonhos
V
És a terra dos meus sonhos
Andas sempre no meu pensar
A Deus eu vou pedindo
Que depressa quero voltar


BORDEIRA
Clementino D. Baeta 

Bordeira terra d'encanto
Terra de sonho e quimera
Tens a graça dum crisanto
Quando chega a primavera
II
Tens moços trabalhadores
Tens raparigas bonitas
Tens artistas tens doutores
Tens tudo o que necessitas
III
Tens Gagos que não gaguejam
Que te amam com frenesi
Que por muito longe que estejam
Estão sempre perto de ti
IV
Tens ricos que foram pobres
Que pouco apreço te dão
Bordeira vê se os descobres
Que eu não digo quem são
V
Tens relíquias que não cabem
Num palácio de rainha
Tens moleiros, que não sabem
Transformar trigo em farinha
VI
P´ra mais realce te dar
Tens uma pequena ermida
Aonde tu vais rezar
Por quem tens na outra vida
VII
Espalhados p´ro mundo a fora
Tens dezenas de emigrantes
Por isso não és agora
Alegre como eras antes
VIII
Amas tradições antigas
Das quais não te desgarras
Enquanto houverem Bexigas
Guerreiros, Pintos e Barras


SANTA BÁRBARA DE NEXE
Morais Lopes 

St.ª Bárbara... presépio de Natal
Dos meus sonhos dourados de criança
Aonde a minha Fé e a minha Esperança
Eu vou depor, no dia sempre igual...

Santa Bárbara... ó noite intemporal
Que trago no meu peito, por lembrança
É mar da vida aonde me descansa
O gosto vão de me sentir real...

Santa Bárbara de Nexe... minha estrela
Da estrada de Damasco, pura e bela
Que me guiou, na noite que perdi...

E eu vim, de além, rezar humilde prece
Na minha branca aldeia, que parece
Que o menino Jesus nasceu aqui


MARCHA DE SANTA BÁRBARA DE NEXE
Abel B. Mendonça 

Santa Bárbara, tua história
Está na nossa memória
Onde sempre permanece
Terra linda, que amamos
Todos nós te adoramos
Santa Bárbara de Nexe
II
Na encosta de uma serra
Deste à luz a nossa terra
Teu amor não há quem deixe
És a razão da nossa vida
Por todos nós és querida
Santa Bárbara de Nexe
III
Do alto da tua encosta
Quem olha para o sul, gosta
Da tua paisagem linda
Já eras bela ao nascer
Mas agora, há que dizer
Tu és mais bonita ainda
IV
De amendoeiras cercada
Tu por Deus foste criada
Te deu um reino na serra
Sempre, mãe, te bem diremos
Com orgulho, cantaremos
Santa Bárbara é a nossa terra
V
Para admirar as tuas vista
De longe vêm os turistas
De tanta nação estrangeira
Ao partir, sentem saudade
Pela sincera amizade
Da tua gente hospitaleira
VI
Tua gente, amiga e boa
Sempre o teu nome entoa
Com a maior das devoções
És imagem sempre presente
Do emigrante ou residente
Faça sol, chuva ou trovões
VII
Tua coroa o céu azul
Linda princesa do sul
O teu rosa branco manto
A serra por trono te deram
De beleza um encanto
As amendoeiras fizeram
VIII
Linda terra, és de certeza
Dos nossos olhos, a princesa
Que o teu povo não esquece
Com orgulho, que em nós se encerra
Gritaremos que és nossa terra
Santa Bárbara de Nexe


BORDEIRA NASCEU ASSIM
Clementino D. Baeta 

Bordeira nasceu assim
Para viver e sonhar
Deus gostou dela e, por fim
Deu-lhe a graça de um altar
I
Bordeira nasceu assim
Cheia de encanto e beleza
Num enxoval de cetim
Bordado pela natureza
II
Talvez porque veio ao mundo
Para viver e sonhar
Tem um apreço profundo
Por quem vive a trabalhar
III
Perfumada de alecrim
Foi ouvir Missa à capela
Deus gostou dela e, por fim
Nunca mais se esqueceu dela
IV
Tinha fé no Redentor
Mas não tinha onde rezar
Por isso, nosso Senhor
Deu-lhe a graça de um altar


SANTA BÁRBARA QUERIDA
Vitorina R. Domingos
I
Fiz uma visita passageira
E ao mesmo tempo visitei a feira
E vi muita gente de Bordeira
De Faro e da Alfarrobeira
Faz enriquecer a nossa aldeia
De qualquer maneira
II
Nesses dias que aí passei
Aonde tanto admirei
E em tantas pessoas reparei
A alegria que ganhei
Também algum dinheiro deixei
Nas prendas que levei
Que em França dei
III
Espero mais vezes vir
Para sempre reunir
As economias que ando adquirir
Aquilo que eu um dia espero abrir
Se Deus me sorrir
IV
Na linda igreja entrei
Que sempre visitei
À hora da missa cheguei
E tanta gente encontrei
E ao ajoelhar-me rezei
Na linda igreja aonde me baptizei
V
Ó terra querida
Santa Bárbara amiga
Que tanto me alegrou na vinda
Que tanto chorei na despedida


SANTA BÁRBARA DE NEXE
Raul Coentro 

Santa Bárbara que me encanta
Situada à beira-serra
Gosto dela por ser Santa
E dar o nome à minha terra
(Cipriano Lózinho)
I
Cada santo em seu altar
É uma bênção prá terra
Pois a santidade encerra
Tudo o qu'Amor pode dar
Eis porque cada lugar
O seu orago agiganta
Na minha terra uma Santa
Com o seu halo de luz
É quem me prende e seduz
Santa Bárbara, que me encanta
II
Essa terra abençoada
Onde eu um dia nasci
É um rincão que sorri
À sua Santa adorada
É um a terra encantada
Pela beleza que encerra
É um recanto, uma terra
Que nos agita e nos mexe
É Santa Bárbara de Nexe
Situada à beira-serra
III
Eu sinto o meu coração
A essa terra ligado
Aonde Deus é louvado
E cada ser é irmão
Eu gosto desse rincão
Onde o povo reza e canta
E onde a Fé se levanta
Enquanto a Paz se adivinha
Amo a terra por ser minha
Gosto dela por ser Santa
IV
É nessa terra pequena
Que a Santa Bárbara protege
Que cada homem se rege
Numa vivência serena
O ódio não vale a pena
Todos dizem não à guerra
E, quando alguém peca ou erra
É a Santa quem m'acalma
Por dar luz à minha alma
E dar o nome à minha terra!...


EM LOUVOR DE SANTA BÁRBARA
Morais Lopes 

Santa Bárbara me encanta
Situada à beira-serra
Gosto dela por ser Santa
E dar nome à minha terra
(Cipriano Lózinho)

I
Farol de quem vem de longe
Com manto negro de monge
E securas na garganta
É, na minha solidão
Meu arrimo e meu perdão
Santa Bárbara que me encanta
II
É, também, onte perdida
Que mata as sedes da vida
De quem à vida se aferra
E, tem o sabor bem fino
Dum licor puro e divino
Situada à beira-serra
III
Quem gosta só por gostar
De um pouco do verbo amar
No amor terreno se encanta
Mas eu... por minha paixão
Dentro do meu coração
Gosto dela, por ser Santa
IV
Este amor, então, mais dura
Por dias e noite escura
E mais no peito se encerra
Gosto, assim, da minha Santa
Por ser do céu uma infanta
E dar o nome à minha terra


SANTA BÁRBARA DE NEXE
Tiago Martins 
I
Santa Bárbara me encanta
Está decerto desolada
Porque tanta gente,tanta
Só vê a praia, mais nada!
II
Situada à beira-serra
Tem por morada a matriz
E é madrinha desta terra
De gente honesta e feliz
III
Gosto dela por ser Santa
Com bom tempo ou com trovões
Mas eu sei – e não me espanta
Que há rimas de ingratidões
IV
E dar o nome à minha terra
Foi uma graça que fez
A nossa Santa não erra
Vem vê-la de quando em vez


DE ALMA AJOELHADA
F. Henriques 

Santa Bárbara que me encanta
Situada à beira serra
Gosto dela por ser Santa
E dar o nome à minha terra
(Cipriano Lózinho)

I
Padroeira da bonança
Que as tempestades quebranta
Veneno com fé e esperança
Santa Bárbara que me encanta
II
Dá-me a paz de que preciso
Longe do rumor de guerra
Nesta aldeia paraíso
Situada à beira-serra
III
O seu olhar de piedade
O coração me acalanta
Bárbara sem barbaridade
Gosto dela por ser Santa
IV
E voto-lhe os pensamentos
Por afastar de quem erra
As tormentas e os tormentos
E dar o nome à minha terra


A BORDEIRA
Anónimo 

Bordeira não nasceu assim
Era zona de sequeiro
Hoje parece um jardim
Há água para o povo inteiro
I
Agora está bem diferente
À secura deram fim
Como sabe toda a gente
Bordeira não nasceu assim
II
Há regadio de classe
Que não falta ao jardineiro
Antes iam à Alface
Era zona de sequeiro
III
Alegrou aqueles lares
Com flores e alecrim
Com aqueles verdes pomares
Hoje parece um jardim
IV
Naqueles tempos de outrora
Havia pouco dinheiro
Com estes furos agora
Há água para o povo inteiro

Desfecho
É porém uma zona bela
Que eu de facto bem destingo
Não falta lá a Capela
Pra ir à Missa ao Domingo

A Capela e o regadio
Enriqueceu a região
É tudo família com brio
Dotados de opinião

Bordeira não tem mania
É gente de alto critério
Falta elevá-la a freguesia
E fazer lá um cemitério


FALFOSA TERRA LEMBRADA
Vitorina Domingos

Falfosa estás a desenvolver
Foste tu que me viste nascer
És grande és imensa
Só em água és uma riqueza
Matas a sede à pobreza
Falfosa és uma beleza
II
És linda Falfosa
Parecias que tinhas morrido
Pareces uma rosa
Mas tens renascido
Em pouco tempo
Tens desenvolvido
III
És muito visitada
Por muita gente és lembrada
Do Norte ao Centro
Do Norte ao Sul
Terra serás sempre amada
IV
Do Patacão a Santa Bárbara
Muita terra te lavra
Fazem muita carga e descarga
Nessa terra amargurada
Que a sorte nunca te acaba
Fazes muita gente desempenhada
V
Falfosa terra acolhedora
Aos antigos compatriotas
Fazem-te a lavoura
Aí nas tuas hortas
VI
Falfosa tens uma nova estrada
Não a deixem morrer
Tens que ser alcatroada
Fazes a terra viver


A MINHA ALDEIA
Delmira 

É bonita a minha aldeia
De noite à luz do luar
Em noites de Lua Cheia
Quantas estrelas a brilhar
I
Brilha aqui a mocidade
A juventude aqui passeia
Digo aqui toda a verdade
É bonita a minha aldeia
II
Sorrindo entre as flores
Dá prazer em passear
Ouvindo canções d'amores
De noite à luz do Luar
III
Ranchos de namorados
O amor aqui se penteia
Beijos e braços dados
Em noites de Lua Cheia
IV
Ó minha aldeia querida
És deveras singular
Adorar-te enquanto vida
Quantas estrelas a brilhar


SANTA BÁRBARA
Anónimo 

Ó Santa Bárbara bendita
Peço a Deus que te proteja
Há uma Santa infinita
No altar da tua Igreja
I
Somos nós os habitantes
O povo inteiro acredita
Somos crentes e constantes
Ó Santa Bárbara bendita
II
Toda a tua população
De ti temos inveja
Com alma e coração
Peço a Deus que te proteja
III
Por toda a freguesia
É força que não se evita
Cheio d'imensa alegria
Há uma Santa infinita
IV
Tens o encanto das Fadas
Há quem tenha de ti inveja
Há lá outras consagradas
No altar da tua Igreja


BORDEIRA
Joaquim M. P. Neto 

Eis-me aqui nesta Bordeira
Lembrando-me sinto saudade
Recordando a minha infância
Do tempo da mocidade
(Joaquim S. Barra)

I
Recorda-me os ente falecidos
Que por mim tiveram estimas
Recorda-me primos e primas
E abraçando meus irmãos queridos
Recorda-me os bons amigos
Com mágoa no coração
Que os ponho em fila primeira
Recorda-me os tempos de então
Eis-me aqui em Bordeira
II
Nobre sítio, nobre gente
Muito unidos se estimam
Em constantes festas se animam
Vivendo felizes e contentes
Muito alegres certamente
Esta de hoje mocidade
Vivendo em sociedade
Em constante reunião
Lembrando-me amigos de então
Lembrando-me sinto saudade
III
No jardim da mocidade
É Bordeira o gira-sol
Brilhas sempre como o sol
Nas aulas da sociedade
Com capricho e sem vaidade
Seguindo a tua crença
Caminhas cheia de esperança
Nas primaveras futuras
Eu já velho cheio de amarguras
Recordando a minha infância
IV
Sempre gostei de louvar
Esta gente de Bordeira
Honesta e hospitaleira
Muito amigos de auxiliar
Quem me ouvir assim falar
Verá na realidade
Muita estima e amizade
É de velha tradição
Sou da mesma geração
Recorda-me a mocidade


Ó QUERIDA SANTA BÁRBARA
Madeira Caetano 

Santa Bárbara Santa, salva
Esse povo que tanto te adora
És para eles a estrela d'alva
Ao romper da bela aurora
II
Santa Bárbara Santa bela
Rainha de adorações
Há quem só se lembre dela
Quando rebombam trovões
III
Santa Bárbara é idolatrada
Pelos seus filhos emigrantes
Milhentas vezes lembrada
Em países bem distantes
IV
A seu Pároco ágil e pronto
Numa afável constância
Manda o mensageiro O Encontro
À mais longínqua distância
V
Que santificada virtude
A desse bom jornalinho
Que Santa Bárbara o ajude
A não levar descaminho
VI
Que bom serviço nos prestas
Nesta zona do País
Mensageiro das Boas-festas
Que sejas sempre Feliz


A SANTA BÁRBARA DE NEXE
José D. Rato 

Terra santa, terra santa
Que tristeza me dás tanta
Por não te poder ver mais
A tua lonjura me espanta
Quando me concentro quanta
Distância de mim estais
II
Não ensombresse a distância
As saudades da infância
Que sempre perdurarão
Da minha tão linda estância
Dos tempos de extravagância
Que nunca mais voltarão
III
Me lembro com muita pena
Das paisagem, da cena
De correr as borboletas
Nalguma tarde serena
Gostava da minha faena
Entre rosas e violetas
IV
Nas verdes e ramudas figueiras
E nas altas oliveiras
Encontrava os lindos ninhos
Nos campos e nas pradarias
E nas bravas carrasqueiras
Agarrava os passarinhos
V
Depois tudo já mudou
Quando em mim se despertou
O mal que se chama amores
Não me interessou já os ninhos
Nem os lindos passarinhos
Nem borboletas nem flores
VI
Mas foi muito passageiro
Os tempos de amor primeiro
Que deixou grata impressão
A tirania do dinheiro
Me dominou por inteiro
Como única condução
VII
Depois de esta memória
Na qual conta a história
Da minha infância querida
Me lembro da trajectória
D'aqueles tempos de euforia
Da juventude perdida
VIII
Um ciclo já está cumprido
E a vida tenho vivido
Como tem querido o destino
Pois, carece de sentido
Pensar no tempo perdido
Daquele passado divino


PANORAMA E DEVOÇÃO
EM St.ª BÁRBARA DE NEXE
Angélica V. G. Pinto 

Santa Bárbara freguesia
Na encosta do monte
Que se avista no horizonte
E nossos olhos extasia
Quando mirando a paisagem
O passeante em viagem
Vindo de Faro junto ao mar
Vê as casinhas a alvejar
E que sua igreja rodeiam
Como luzes que se ateiam
Envolta da torre imponente
E domina a fé na gente
Nas preces a Nosso Senhor
Que agradecem em louvor
Esta Santa Padroeira
Da nossa povoação!
É assim a devoção
Da freguesia inteira...
Uma paisagem verdejante
Mais além encosta agreste
E um riacho sussurrante
Sob a abóbada celeste
Há mato, há amendoeiras
Há cantos de pardais
Entre campos de trigais
E nas sombrias alfarrobeiras
Hoje esta freguesia evoluindo
Em expansão turística
Quer ter sua característica
Em estilo panorâmico lindo


SANTA BÁRBARA DE NEXE
(José L. Agostinho 

Ó Santa Bárbara bendita
A quem o povo suplica
Eu te dou os meus parabéns
Eu não podia acreditar
Que um dia viesse visitar
O lindo Lar que tens
II
Tens uma igreja vistosa
Numa paisagem airosa
E uma torre elegante
Com o teu símbolo cruzado
Também tens a teu lado
A nossa Via do Infante
III
Aqui nesta alturinha
Muita gente se avizinha
Com uma certa amizade
Por mim lhes dou valor
Graças ao Senhor Prior
E ao Lar da Terceira-idade
IV
Foi ele que pensou
Esta ideia criou
Eu penso que ele não deixe
De fazer bem como dizia
À Santa Bárbara de Nexe
Nesta linda freguesia
V
Neste dia de festa
A boa vontade seja esta
Prós idosos seria necessário
Neste mundo de desenganos
Que faz hoje dois anos
Seu bonito aniversário
VI
Tenho muito orgulho e carinho
De ser daqui bem pertinho
Tenho gosto de ser assim
Santa Bárbara por mim estimada
Por seres aqui avizinhada
Do meu sítio de Guelhim


...SÍTIOS DE SANTA BÁRBARA DE NEXE
João R. Barreto 

Para começar, temos o sítio da Aldeia
Que sempre teve o nome da Silveira
O progresso, parece que por lá já passeia
Por estar próximo, a água na torneira
II
Mais acima, fica o Sítio da Palhagueira
Onde o progresso está má de chegar
Onde não há água, e não há maneira
Da evolução, se ver em qualquer lugar
III
Muito perto fica o Sítio da Charneca
Onde também pouco ou nada se vê
Como não chove, quase tudo seca
Falta o progresso, todos sabem porquê
IV
Sítio dos Agostos fica mesmo ao lado
A situação, também pouca diferença faz
Quem não pode, está aborrecido e calado
Por saber, quem não anda fica atrás
V
Sítio dos Gorjões, continua na defesa
Por o progresso ser pouco, estão calados
Será que pensam fazer alguma fineza
E deixar os sítios vizinhos admirados
VI
Sítio da Goldra bem mais diferente
O progresso foi, e é uma constante
Qualquer pessoa que conhece não mente
Que tem sido tudo, graças ao emigrante
VII
Bordeira ainda cativa grandes amizades
Que eu e muitos na vida, não vão esquecer
Os que lá vivem, é que não vão ter saudades
Do saneamento, que tanto os têm feito sofrer
VIII
Benatrite e Guelhim, parecem abandonados
Por só se ver, uma casa ocupada aqui e além
Parece mesmo, totalmente desprezados
Porque quem lá passa, não vê ninguém
IX
Temos o inesquecível Sítio do Colmeal
Que sua água tanta gente alimentou
Hoje ninguém se lembra, do bem mal
Que para apanhar pinga d'água,lá se passou
X
Medronhal, terras secas e muito matosas
Que alguém, descobriu num fruto certeiro
Água para famosos jardins, flores e rosas
Iniciativa de um certo senhor estrangeiro
XI
Sítio da Falfosa, também há muito progresso
E dá água, para a cidade de faro inteira
Juntando-me a todos do sítio, a Deus peço
Que brevemente, tenham água na torneira
XII
Numa outra ponta, fica o sítio dos Valados
Onde também lá há duas maneiras de viver
Os mais baixos, viveram sempre mal e calados
Outros nas vivendas, lá no cerro a enriquecer
XIII
Pé do Cerro houve sempre família honesta
Sem mostrarem a ninguém a fantasia
Ninguém falta, mesmo a nenhuma festa
Que ainda se vão fazendo na freguesia
XIV
Sítio do Canal, a mesma coisa ou parecido
De progresso, da nossa vida nada se prova
Há anos, tiveram o prazer de terem sido
Beneficiados com o o nome de estrada nova
XV
Sítio da Laranjeira também é mesmo igual
Para os que têm mal ou bem lá viver
Não têm esperanças de bem nem mal
Que o futuro um dia lhes possa trazer
XVI
No sítio da Igreja é que parou o progresso
Não há benefícios nas estradas e caminhos
A Auto-estrada, doía a quem doer, foi sucesso
Não precisou de policias e nem padrinhos
XVII
O principal é o nosso sítio da Igreja
Grandes planos já antigamente se fazia
Hoje é um atraso de vida e não há quem veja
Pouco mais que, Escola, Lar e Junta freguesia
XVIII
Para terminar aos amigos peço atenção
De continuarem a telefonar amanhã e depois
Que todos agradeço a habitual consideração
De me telefonarem, para o número 826952


FALFOSA, TERRA DE EMIGRAÇÃO
Vitorina Domingos 

Falfosa tu viste partir
Eu, e muita gente
Foi uma coisa de repente
Outro futuro adquirir
II
Outros horizontes foram ver
O português aventureiro
Muitos delas não sabiam ler
Trabalhar e ganhar dinheiro
III
Falfosa terra de emigração
Uns partiram outros ficaram
Com muita tristeza no coração
As suas famílias deixaram
IV
Quando chegaram as férias do verão
Estamos todos muito contentes
vamos ver a nossa Nação
Beijar aquelas gentes
V
Todos nós pensamos um dia voltar
À terra que nos viu nascer
Para nunca mais vos deixar
E ver o nosso amanhecer
VI
Ó vento do Norte
Que nos deste tal sorte
Será que esse vento do Norte
Nos levará até à morte


DEDICADA A SANTA BÁRBARA
Manuel G. Faria 

Santa Bárbara agora
É bairrista, não era nada
Há uma coisa que demora
É a parede arranjada
I
Há festa p´ro rico e pobre
Na junta, no salão nobre
O que não havia outrora
Tem uma Junta de valor
E com a ajuda do Prior
Santa Bárbara agora
II
Fazem as lindas festinhas
Que é bom p'rás criancinhas
Percorrendo a estrada
Os grandes também vão
Nexe com a sua opinião
Bairrista, não era nada
III
Muita gente não julga
Esse bom que se divulga
Nesse encontro la´fora
A parede é um pudor
Obra de pouco valor
Há uma coisa que demora
IV
Os nexenses satisfeitos
Esquecendo os defeitos
De uma época passada
Hoje com melhor posição
Ver uma coisa de precisão
É a parede arranjada


DEDICADA AO SÍTIO DE BORDEIRA
Manuel G. Madeira 

A Bordeira dos bairristas
José Ferreiro tocava
Tinha lá tantos artistas
Onde Aleixo cantava
I
Os Bexigas pai e filho
Ambos com o mesmo trilho
Seguiam as mesmas pistas
Com o seu bom pensamento
Como era no outro tempo
A Bordeira dos bairristas
II
O António Charneca
Que ia tocar à Chaveca
E na Arjona tocava
Certas vezes em paródias
Em Bordeira rapisódias
José Ferreiro tocava
III
Manuel Gil em Guelhim
Em charolas feitas por mim
Tantos acordeonistas
E que ali foram criados
Muitos há foram levados
Tinha lá tantos artistas
IV
Esse homem de Bordeira
Trabalhava na pedreira
Matéria prima cortava
P'ra fazer a cantaria
Devia ser freguesia
Onde Aleixo cantava


DEDICADA A BORDEIRA
Manuel G. Faria 

Não é igual Bordeira
Como ela foi outrora
Num sítio de brincadeira
Com o Carnaval agora
II
Era um lugar bairrista
Que criou tantos artistas
Ferramentas na bandeira
P'ra recordar o passado
Já foi mais festejado
III
Aí cantava o Baeta
Aleixo obra bem feita
Mas sempre a qualquer hora
Eugénia Lima tocou
No tempo que já passou
Como ela foi outrora
IV
Bailes na Sociedade
Divertia a mocidade
E a gente bem presenteira
Charnecas, Gagos e Pintos
Eram seres bem distintos
Num sítio de brincadeira
V
Bom êxito alcançaram
Seus votos ajudaram
P´ra Junta que bem melhora
Na freguesia seu labor
Bordeira cria valor
Com o Carnaval agora


DEDICADA AQUI À NOSSA ALDEIA
Francisco S. Melgaz 

A nossa terra já realça
N a sua força de acção
Temos a médica e a farmácia
Aqui mesmo à nossa mão
I
Também temos cabeleireira
Que faz parte da nossa praça
Como vêem desta maneira
A nossa terra já realça
II
Também tem a serralharia
Com artistas com a perfeição
Trabalha com simpatia
Na sua força de acção
III
Está a aldeia bem equipada
Como vêem quem aqui passa
Aqui já não falta nada
Temos médica e farmácia
IV
São serviços bem montados
Que dão certa animação
Também temos advogados
Aqui mesmo à nossa mão


DEDICADA A BORDEIRA
Manuel G. Faria 

Em Bordeira no passado
Muita coisa se fazia
O povo degenerado
E pouco vale a poesia
I
Uma coisa que se faz pronto
Organizar um encontro
Num café apropriado
Satisfazia muita gente
Vemos tudo diferente
Em Bordeira no passado
II
Lá nesse António Pinto
Que é um lugar distinto
P'ró uso da melodia
Uns mostrarem o que são
Nos tempos que já lá vão
Muita coisa se fazia
III
Coisa de pouca despesa
Muito bonito conserteza
P'lo Arnaldo preparado
Nesse sitio de bairristas
O povo degenerado
IV
O Aleixo aí cantava
Obra que improvisava
Lá no Varginha dormia
E hoje só televisão
Os bailes também não
E pouco vale a poesia.


DEDICADA A NEXE
Manuel G. Faria 

Nexe nesse teu passado
Não foi o que é agora
Que muito tem aumentado
Com gente que veio de fora
I
Tem lá uma bela farmácia
Coisa que tem eficácia
Tem agências ao lado
Para comprar e vender
Coisas que não podia ter
Nexe nesse seu passado
II
Tem um Lar que é a delícia
Onde tratam com carícia
Isso não tinha outrora
Bons festejos na aldeia
A Igreja sempre cheia
Não foi o que é agora
III
Já tem muitos restaurantes
Mais coisas elegantes
Uma Junta de bom agrado
Boas obras do Melgaz
tantas coisas aí se faz
Que muito tem aumentado
IV
Era uma freguesia muda
O Prior dá boa ajuda
Ao convívio em boa hora
P'ra boa popularidade
Aumentou a densidade
Com a gente que veio de for a


SANTA BÁRBARA
M. Alves 

Numa terra tão pequena
Plantada à beira-serra
Nas costas da nossa serra
À vista para deslumbrar
II
Há alguns anos atrás
Por muitos é lembrado
Deram-lhe um nome ingrato
Por um homem desperado
III
É tema de gente boa
E com grande capacidade
Nela sai boas obras
Para bem da humanidade
IV
Santa Bárbara aqui está
Santa terra a recordar
Por isso lhe deram o nome
Para por ela chamar
V
Quando há tempestade
Naqueles dias invocais
Quantos são aqueles que chamam
Para acamar os raios
VI
Tem uma linda catedral
E com um Santo Padre a pregar
É um homem da história
Que muitos querem visitar


DEDICADA A Sta. BÁRBARA DE NEXE
Manuel G. Faria 

A Nexe de antigamente
Que pouco se conhecia
Hoje está diferente
É uma linda freguesia
I
Tem um Lar e um Jornal
Dá notícias do local
Para informar a gente
De qualquer coisa passada
Ela não era quase nada
A Nexe antigamente
II
Tem uns homens de valor
Como tal o Senhor Prior
Faz o que não se fazia
Uma aldeia hoje bairrista
Agora muito bem vista
Que pouco se conhecia
III
Festas que fazem no ano
A Junta tem o seu plano
Charolas é imanente
O São João festejado
Mas como foi no passado
Hoje está diferente
IV
É maior a tal divisa
A região valoriza
Valor vem da autarquia
todos devem de saber
Agora ouve-se dizer
É uma linda freguesia


ABANDONADA
Vitorino F. Brito

Santa Bárbara abandonada
É pena, mas é verdade
Só promessas e mais nada
Que grande infelicidade
I
Temos um senhor presidente
Com o nome de Vitorino
É simpatioso e ladino
Bastante inteligente
Mas também mente
E sem dar por nada
Fez uma promessa apressada
O que não lhe fica nada bem
Devia saber que tem
Sta. Bárbara abandonada
II
Nesta pobre freguesia
Que fica no concelho de Faro
Melhoramentos é muito raro
Já antes pouco se fazia
É antiga esta mania
De muito má qualidade
Posso dizê-lo sem vaidade
Está votada ao abandono
É como que terra sem dono
É pena, mas é verdade
III
Prometer não faz ninguém pobre
É um provérbio do povo
Mentir não traz nada de novo
Nem promessas encobre
Seria uma atitude mais nobre
Não prometer nada
Não havia gente enganada
Em vão andavam sempre a dizer
É tudo o que sabem fazer
Só promessas e mais nada
IV
Os nexenses estão cansados
De ouvir e dar à língua
Vão morrendo à mingua
Por serem tão enganados
Por se sentirem desprezados
Pelos senhores lá da cidade
Que dizem com certa autoridade
Não há dinheiro para os aldeões
Mas vão gastando aos milhões
Que grande infelicidade


A CAPELINHA DE BORDEIRA
Leonor Cadete 

A nossa bela Bordeira
Tem uma linda Capelinha
Fica aqui à maneira
E também tem uma Santinha
I
Apesar de ser pequenina
Ainda está toda inteira
Ela é bastante bonita
A nossa bela Bordeira
II
Bela procissão fazemos
Vamos todos em linha
É uma tradição que temos
Tem uma linda Capelinha
III
Vamos com fé a pedir
Bordeira vai toda inteira
Todos chegam a cumprir
Fica aqui à maneira
IV
Com o nosso padre a pregar
Na nossa linda igrejinha
Todos vamos lá rezar
E também tem uma Santinha


SINTO UMA ALEGRIA
Felisbela Bartolomeu

Sinto uma alegria infinita
Der ser uma aldeia tão bonita
Tudo nela me encanta
Além da sua beleza
A sua maior riqueza
É ter o nome de uma Santa
II
Pelo serro está protegida
A minha aldeia querida
Que eu deixei é verdade
Mas ande eu por onde andar
Vou sempre lá voltar
Para matar a saudade
III
Ao primeiro raio de sol
Estende-se como um lençol
Como para a abraçar
Quem é que não tem inveja
Do sino da nossa igreja
E a sua vista para o mar
IV
Terra de grandes oliveiras
E de muitas amendoeiras
Que fez dela um jardim
Quem não gostaria de nascer
De ser criado ou viver
Numa aldeia linda assim
V
A minha aldeia natal
Num canto de Portugal
Dela sou muito orgulhosa
Sinto também muito brio
Do seu Largo do Rossio
Que a faz mais formosa
VI
Foi berço de minha mãe
E foi meu berço também
Santa Bárbara de Nexe
E com muita emoção
E um grande xicoração
Que estes versos te deixo


O MEU SÍTIO !!!
José Neves 

Gorjões tem muitos locais
Bravios, baixos e barrocais
Cerros e cercas de lobos
Pias, poços e pocinhos
Alagoas, altos e altinhos
Matos, crespos e corgos
II
Tem o Alto quase ao meio
Com loja, café e passeio
É alto mas poucochinho
Ao pé dos altos ao redor
Por isso tratam com amor
Não por Alto mas Altinho
III
A norte indo plo Alto acima
Chega-se a Santa Catarina
Com capela, sino e rogos
Escadaria, terraço e paial
Aos lados fica o barrocal
Carmujeira, Estanco e Corgos
IV
A nascente vai-se por um vale
Em frente até ao Palmeiral
Passando plo Poço Arranhado
Fonte Santa, Pocinho da Horta
Poço Largo e depois corta
Prá Nora, Raposeiras e Sobrado
V
A poente o Caminho dos Matos
Vai dar às terras de caça e pastos
De gado, das Pias e Sobreiras
Crespos, Goldra e Pinheiros
Mato da Mina e nateiros
Entre Monte Roque e Caramujeiras
VI
À volta do Alto que é Altinho
Tem altos maiores com moinho
Em ruínas, chamados cerros
O cerro do Xic'à Menina
O cerro do Mato da Mina
O cerro da Velha Cacheira
Os cerros da Carmujeira
Cerros de pedra tirada a ferros


BORDEIRA O CANTO DOS CASTELOS
Leonor Cadete

Este canto de Bordeira
Esta terra onde nasci
Fico aqui a vida inteira
Porque gosto muito de ti
II
Bordeira terra pequena
É um cantinho adorado
Quem vem morar cá nela
Fica para sempre encantado
III
Bordeira tem gente boa
Ainda não tem ciganos
Tem gente de Lisboa
Está cheia de Ucranianos
IV
Este canto onde eu moro
É um canto adorado
É o canto dos castelos
Que é sempre recordado
V
Este canto dos castelos
Tem um caminho encantado
Passa de um ano para outros
Está metade alcatroado
VI
Este lindo caminho
Não se fez logo à maneira
Vai ficando esquecido
Mas também é Bordeira
VII
Este Natal que passou
Foi uma grande admiração
O caminho ainda não começou
Trouxe uma boa iluminação


MINHA TERRA
Saudade Luz 

Vive entre o Mar e a Serra
Enroscada na colina
St.ª Bárbara é minha terra
Que diz baixinho em surdina
II
Tenho um pé na areia
Tenho outro na terra
Tenho porte de sereia
Tenho o ar puro da serra
III
Tenho o nome de mulher
Do povo e da fidalguia
Em mim toda a gente quer
Viver feliz com harmonia
IV
Tenho uma filha querida
Presa a mim por fortes laços
Vou passar a minha vida
Entre amuos e abraços
V
Esta filha é como as outras
Radiosa e prazenteira
A terra que tanto gostas
É majestosa Bordeira


SANTA BÁRBARA SEM PARAR
Américo Beirão 

Santa Bárbara sem parar
Vai crescendo lentamente
Um anão a comparar
Cresce pouco é evidente
I
A circulação p'lo Rossio
Engarrafamento continua
Faltam sinais na rua
Indicando o desvio
Apesar da ordem que saiu
Para melhor se circular
Continuam a alcatroar
Constatamos com prazer
Que dá sinais de se mexer
Santa Bárbara sem para
II
Não sobrou um bocado
De desperdício d'alcatrão
Para um ramal aqui à mão
Que continua abandonado
Esquecido ou propositado
Ou razão bem diferente
A mostrar constantemente
Que cresce pouco poucochinho
Devagar devagarinho
Vai crescendo lentamente
III
Impõem a desigualdade
No campo dos mortais
Em vez de sermos iguais
Invertem a realidade
Hoje todos com possibilidade
Parece quererem forçar
Ao passado se voltar
Seres grandes e gigantes
E pequenos como dantes
Um anão a comparar
IV
Também no rolo dos atrasados
Falta d'água continua
Por não haver na rua
Redes gerais instalados
Assim somos levados
A compreender infelizmente
Que o povo é paciente
Não o hábito de protestar
Santa Bárbara a continuar
Cresce pouco é evidente


Ó BORDEIRA VELHA AMIGA
Joaquim M. P. Neto 

Amiga velha Bordeira
Ò Bordeira velha amiga
Teu nome é bem conhecido
A verdade é bom que a diga
I
Em sítios da freguesia
Tu Bordeira és o primeiro
Até mesmo no concelho
Gozas esta primazia
Tens de muitos a simpatia
Seja qual for a maneira
Faço votos e Deus queira
Que ainda chegues um dia
A ser uma freguesia
Amiga velha Bordeira
II
A origem de Bordeira
Eu desejava saber
Para a outros dizer
Foi assim desta maneira
Tiveste gente de primeira
A verdade é bom que se diga
Pintos, Gagos e Bexigas
E outros mais que eu penso
És da era dos Afonsos
Ó Bordeira velha amiga
III
És sítio bem progressista
Acompanhas sempre os tempos
Para os teus divertimentos
Tens grandes acordeonistas
Tens na arte bons artistas
É verdade o que aqui digo
E tens grande Dom contigo
Seja no Alentejo ou na Beira
Tantos conhecem Bordeira
Teu nome é bem conhecido
IV
Tens gente de categoria
Dentro do teu pequeno Globo
Para servir o teu povo
Tens várias mercearias
Tens as tuas romarias
Tens as ruas forças vivas
Tens as tuas Cooperativas
Para os teus associados
Vivendas por todos os lados
A verdade é bom que a diga


EXALTANDO A NOSSA TERRA...
César Melgaz 

A nossa terra é santa
Abençoado é o nosso povo
É por isso que ela encanta
A quem chega aqui de novo
II
A nossa terra cresce, cresce
Mostra a sua fertilidade
É por isso que este Nexe
Qualquer dia será cidade
III
A nossa terra é tão linda
P'ra mim bela de verdade
É por isso que eu ainda
Lhe dedico tanta amizade
IV
A nossa terra bem situada
No meio do barrocal
É por isso que é avistada
Lá de longe, do litoral
V
A nossa terra tem um Centro
De apoio à Terceira Idade
É por isso um bom contento
P'ra a nossa comunidade
VI
A nossa terra modernizada
Muito diferente d'outrora
Está por isso actualizada
Com as evoluções de agora
VII
A nossa terra, meus amigos
por mais voltas que se dê
É nela que temos os sentidos
Recordando momentos antigos
P'ra a nossa consolação, já se vê!...


DEDICADA A SANTA BÁRBARA
Manuel G. Faria 

Santa Bárbara no passado
Não tinha o que agora tem
A cultura tem aumentado
Coisa que lhe fica bem
I
Junta e nosso Prior
Têm empregado labor
P'ra amentar o culturado
Aqui coisa mesquinha
Em Nexe pouco tinha
Santa Bárbara no passado
II
Agora tem um jornal
Que valoriza o local
Um jornalista também
Que faz boa reportagem
Tem pessoas de coragem
Não tinha o que agora tem
III
Tem coisas com eficácia
Um Lar e uma Farmácia
Pelo povo é usado
Outrora tal não havia
Na antiga freguesia
A cultura tem aumentado
IV
Tem no centro um desvio
Tira volume do Rossio
Daquele que vai ou vem
Aqui p'ra esta aldeia
Esse bom nome granjeia
Coisa que lhe fica bem


DEDICADA A SANTA BÁRBARA
Manuel G. Faria 

Nexe que tem diferença
Disso que foi no passado
Com população imensa
Que muito tem aumentado
I
Tem um Lar para repouso
P'ra esse que é idoso
Uma obra de opulência
P'lo prior foi desenhado
Muita coisa tem mudado
Nexe que tem diferença
II
Junta charolas e faz festas
Outrora sem coisas destas
Com o senhor padre ao lado
Noutros tempos não havia
Levantar a freguesia
Disso que foi no passado
III
Já tem um campo de bola
A juventude consola
Muita gente isto pensa
Muito bem feito o desvio
P'ra desviar do Rossio
Com população imensa
IV
Tem água dessas barragens
É para tudo e lavagens
Esgoto é complicado
A Junta como um palácio
Nem tudo neste prefácio
Que muito tem aumentado


DEDICADA A SANTA BÁRBARA
Manuel G. Faria 

Eu de não a ver tenho pena
A Santa Bárbara não ir
À famosa aldeia pequena
Ver o que está a progredir
I
Não era nada outrora
Nunca foi como agora
Com população amena
Nexe era mal olhada
Em bons lugares e falada
Eu de não a ver tenho pena
II
O povo que vivia com mágoa
Pouco labor e pouca água
Bem melhor vida p'ra vir
Depende dos bons senhores
O Faria que sente horrores
A Santa Bárbara não ir
III
A boa Junta de Freguesia
O bom padre faz companhia
As boas coisas acena
Diz as obras que faz falta
Para contemplar a boa malta
À famosa aldeia pequena
IV
Só com muito belo siso
ver as coisas que é preciso
P'ra ao estado pedir
As coisinhas p'ra bem nosso
Eu que doente não posso
Ver esta a progredir


BORDEIRA
C. Baeta 

Bordeira nasceu assim
Para viver e sonhar
Deus gostou dela e, por fim
Deu-lhe a graça de um altar
I
Bordeira nasceu assim
Cheia de encanto e beleza
Num enxoval de cetim
Bordado pela natureza
II
Talvez porque veio ao mundo
Para viver e sonhar
Tem um apreço profundo
Por quem vive a trabalhar
III
Perfumada de alecrim
Foi ouvir Missa à capela
Deus gostou dela e, por fim
Nunca mais se esqueceu dela
IV
Tinha fé no Redentor
Mas não tinha onde rezar
Por isso Nosso Senhor
Deu-lhe a graça de um altar


GORJÕES
Maria D. Candeias 

Gorjões foi onde nasci
Terra da minha infância
Foi onde eu cresci
Tenho-te sempre na lembrança
II
Os Gorjões de antigamente
Já não é o mesmo de agora
Está bem abandonado
E quase tudo se foi embora
III
Havia mercearia, sapateiro e padaria
Barbeiro, albardeiro e carpinteiro
No Alto não faltava nada
Pois eu nasci nos Gorjões
Freguesia de Santa Bárbara
IV
Fechou o Alfredo e a Olívia
Isto tudo sem razão
As pessoas que não podem andar
Onde é que elas compram o pão
V
Isto tudo acabou
Agora vamos à Missa a St. Catarina
Vamos lá rezar com fé
Para se fazer as compras
Temos que ir a Loulé
VI
Isto vai de mal a pior
E nos Gorjões não há nada
É preciso vir o Verão
Para haver baile na esplanada
VII
Já lá vão mais de sessenta anos
Que eu nos Gorjões lá andava
Ia à escola no Posto de ensino
E com a malta brincava


AOS GORJÕES
Maria D. C. Jesus 

Os Gorjões de antigamente
Era um jardim de amendoeiras
Agora no campo já ninguém trabalha
Já não há sementeiras
II
Havia lindas searas
No campo a verdejar
Era lindo os Gorjões
Dava gosto lá morar
III
Havia carroças e burros
E outras coisas mais
Os Gorjões era vivo
No tempo dos meus Pais
IV
As azeitonas estão no chão
Já ninguém as quer apanhar
Os velhos já não podem
E os novos não querem trabalhar
V
As alfarrobas são p'rós ciganos
Eles que as vão apanhar
Os donos já não podem
E têm mesmo que as arrendar
VI
Na eira do Sr. Francisco Gago
Grandes festas se fazia
Vinha gente de todo o lado
E toda a gente tinha alegria


BORDEIRA
Teobaldo N. Rosa 

Minha Bordeira tão bela
De gente simples e singela
Sem vaidades, mas bons artistas
Tens paisagens, tens ribeiros
Também tens lindos outeiros
Tem belas e lindas vistas
II
Não és cidade, nem és aldeia
Não és bonita, nem feia
Tens teu dote por natureza
És o meu torrão natal
Mais ao sul de Portugal
Nisso tenho eu a certeza
III
Tens gente boa e franca
Em Janeiro já não és branca
Já não há flores de amendoeira
Mas os turistas te vêem ver
Só para ficarem a saber
Aonde é que fica Bordeira
IV
E quando por cá passar
Vai e torna a voltar
Não esquece as Raposeiras
Aonde a paisagem é famosa
Olhando à Ilha Formosa
Passa aqui as férias inteiras
V
Eu também um dia emigrei
Mas depressa regressei
Porque eu não te esquecia
Esta é a mais pura verdade
Morria de tanta saudade
Porque sem ti não vivia


Ó TERRA ÁSPERA, SEQUEIRO MORTO
José Neves 

Ó terra seca do Barrocal à saída das hortas
da gótica igreja de eréctil torre altaneira,
abre os olhos acorda viril fálica criadeira
ergue-te, liberta-te do molho de portas
abertas, parasitagem sentada no teu colo
do Rossio, piscando o olho de vitrina
mostruário de oferta troca e rapina
grossa de compra-venda de casa e solo
avoengo a deslocalizados. Ó terra de sol
fruto seco coroado de Nexe vertical
altivo sem idade, pai e mãe inicial,
origem limpa e única desta inclita prol
gentilica que subiu alto e está em perda
inclinada, já pouco tens que te marque,
nem a tua estrada e a tua; é do parque
do futebol onde foi o parque de merda.
Ó terra áspera, sequeiro morto às portas
do declínio sem rumo, o teu fútil critério
social único é juntar todos no cemitério
cegos calados, comício de línguas mortas,
serviço raso a defuntos-mortos por vultos
defuntos-vivos de sonhos nulos, ocultos


DEDICADA A SANTA BÁRBARA
Américo P. Ramos 

Santa Bárbara maravilhosa
Numa encosta situada
É um cravo é uma rosa
É, nossa terra sagrada
I
Pois tem vista para o mar
Pelo lado da Falfosa
E a serra veio ladear
Santa Bárbara maravilhosa
II
Tem tudo quanto faz falta
E é mãe de gente honrada
É vista, que bem ressalta
Numa encosta situada
III
Foi outrora e é ainda
A minha flor mimosa
Pois a terra mais linda
É um cravo é uma rosa
IV
É bonita a sua igreja
Essa santa imaculada
E seja aquilo que seja
É, nossa terra sagrada


SANTA BÁRBARA DE NEXE
H.

Onde o sol nasce e brilha
Entre a serra e o mar
Santa Bárbara é filha
Do vento e do luar
II
Tens como estandarte
O trabalho e a arte
O teu povo, a te defender
Povo guerreiro que labuta
Que não vira a cara à luta
Para te ver sempre a crescer
III
Gente que não olha para trás
Na batalha do seu dia a dia
E com empenho e vontade faz
Crescer nobre a freguesia!
IV
Tens pessoas que te dão cor
Músicas, poetas, charoleiros
Gente de coragem e valor
Mecânicos, doutores e pedreiros!
V
À beira mar plantada
Por turistas és procurada
Pelas mais diversas razões
Sabes receber, és vaidosa
Do jardim uma rosa
Que desperta paixões
VI
É falada no estrangeiro
Com vozes de orgulho e sedução
Pelos teus filhos que pelo dinheiro
Um dia tiveram que te deixar!
VII
És poema, tela e melodia
Tens perfil de rainha
Recheada de simpatia
És mulher, és terra, és minha!


SANTA BÁRBARA DE NEXE
M.C. 

Na Falfosa nos Gorjões
Mantens lindas tradições
Na freguesia inteira
I
Santa Bárbara de Nexe
Minha linda freguesia
Nota-se em cada dia
O tanto que ela cresce
É um jardim que floresce
Nesta serra tão amada
Mais que noutras regiões
Tu és muito procurada
Por isso és habitada
Na Falfosa nos Gorjões
II
Em Benatrite também
Assim como no Canal
E até no Medronhal
Que muitas casas já tem
E olhando mais além
A Goldra tem lindas vistas
Tal e qual a Laranjeira
Falam de ti em revistas
Por isso vemos turistas
Nos Valados, em Bordeira
III
Lá no sítio da Aldeia
Nós avistamos o mar
Com o Pé do Cerro a par
De atributos és cheia
Assim, não saias da ideia
Dos, ainda, emigrantes
Ao som dos acordeões
Alegras teus habitantes
E, Como fizestes antes
Mantens lindas tradições
IV
Na igreja, no Colmeal
Ladeira, e nos Agostos
Há alegria nos rostos
Do teu povo em geral
E por ser tradicional
Charolas também fazer
No Poço Mouro, Palhagueira
E Telheiro, não esquecer
Fazê-las, há que dizer
Na freguesia inteira


A MINHA ALDEIA
Aldeão 

Sobre a colina que sobe
A Serra do verde Barrocal
Não existe poder que roube
A força unitária do poder local!
II
Aldeia no centro algarvio
Geograficamente no interior
Onde o rosmaninho é bravio
E a papoila simboliza amor!
III
Com vista privilegiada para o mar
Tem em sua paisagem seu esplendor
E a vantagem de testemunhar
A beleza das amendoeiras em flor!
IV
Cá crescem em cada esquina
Cravos vermelhos por emblema
E a humildade, que nos ensina
A sorrir perante o problema!
V
Respira paz, oferece amizade
A quem cá se faz passear
Longe do stress da cidade
É o sítio ideal para morar!
VI
O ar é puro e abundante
As árvores verdes cá existem
Da poluição vive distante
Dando vida aos que cá vivem!
VII
É Santa de apelido por herança
É imperial a receber o forasteiro
Oferece música, pintura e dança
E o improviso do charoleiro!
VIII
Cuida e protege o seu filho
Transforma tristeza em alegria
Em seus olhos sempre um brilho
E em seu coração a democracia!


Também aqui quero deixar um pouco da minha pequena veia poética com a seguinte quadra:
São poetas do "O Encontro" / Que nos falam da freguesia / Da sua beleza, do seu encanto / Através da poesia.


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